O Estilo Do Louva-a-Deus.
O inseto cuja aparência é de maior devoto do mundo,
tem que ser o Louva-a-Deus. Com as patas dianteiras,
costumeiramente posicionadas de forma a sugerir as
mãos juntas de um devoto, ele se tornou o inseto mais
referido em todas as artes marciais. Este inseto se
tornou tão venerado, não por causa da sua aparente
aura de religiosidade, mas, por causa de sua
reconhecida ferocidade , combatividade e tenacidade de
vida. Há trezentos e cinqüenta anos atrás um mestre de
luta, Wang Lang, exaltava a pequena mas ativa criatura,
criando o estilo Louva-a-Deus de auto defesa.
De qualquer forma, se não fosse por uma série de
derrotas humilhantes sofridas por Wang, o Louva-a-
Deus ( Mantis : do grego palavra para divino ou profeta )
poderia ter sido esquecido ou ignorado. O Mestre de
Louva-a-Deus Chao Tsu Tse nos conta que Wang Lang
foi um lutador de espada de superior qualidade, que
aprendeu a ser invencível, mesmo ouvindo os outros
clamarem que os monges Shaolin eram inconquistáveis
nas artes marciais. Determinado a tirar este estigma da
crença popular, Wang foi ao Templo Shaolin e publicou
um desafio aos monges para testar suas habilidades
contra ele, em duelo amigável. Devido a sua insistência
repetitiva, o monge mestre permitiu a Wang ter o seu
desejo realizado. Um monge novato foi enviado para
lutar contra ele. Para a surpresa e vexame de Wang, ele
foi decisivamente derrotado por um noviço. Se
resguardando isoladamente nas montanhas, Wang
estava determinado a provar suas habilidades aos
monges.
Ele treinou diligentemente seu estilo "Caminho da
Espada"( Tsien Tao ) enquanto ao mesmo tempo,
constantemente se exercitava e fortalecia seu corpo. Ele
voltou ao monastério convencido que estava pronto a
mostrar aos monges sua superioridade, agora obtida. Os
monges aceitaram mais uma vez o convite para
contestar suas habilidades. Novamente ele enfrentou o
monge mais novo. Com um sentimento de entusiasmo
ele venceu o jovem monge principiante. Derrotou ainda
outro monge, de baixa graduação, e outro de categoria
mais elevada. Wang estava começando a sentir
confiança em sua invencibilidade até que enfrentou o
monge mestre. Com a ordem Shaolin observando, Wang
não foi capaz de tocar o mestre. Foi totalmente
derrotado. Novamente, para tratar de seu corpo e do seu
orgulho ferido, Wang desapareceu na floresta para
contemplação. Um dia, enquanto descansava debaixo de
uma árvore, Wang ouviu a longa nota aguda de uma
cigarra em um galho baixo no arbusto acima dele.
Olhando silenciosamente para o alto, Wang reparou em
um frágil, com aparência quase quebradiça, Louva-a-
Deus engajado em uma luta de vida ou morte com a
grande cigarra. A cigarra estava fazendo o máximo, sua
cabeça contra o Louva-a-Deus quase o imobilizava com
sua tenacidade . Foi quando o Louva-a-Deus reagiu com
ferocidade usando sua forte virada de patas e mordendo
a boca para agarrar a robusta cigarra e desfazer-se da
posição em que estava. O carnívoro Louva-a-Deus
consumiu a sua vítima. Altamente impressionado com o
que vira, Wang decidiu capturar o inseto vitorioso e
então observar os seus movimentos defensivos e
ofensivos.
Usando um graveto de pequeno comprimento, ele
cutucava e provocava o Louva-a-Deus em todas as
direções. Invariavelmente, o Louva-a-Deus, com sua
cabeça capaz de virar para qualquer direção, se defendia
efetivamente quando provocado de frente ou de costas.
O perseverante inseto tornou-se a nova inspiração de
Wang para o seu novo sistema de combate. Com
cuidado meticuloso, ele ordenava os movimentos
defensivos e ofensivos do inseto em uma arte de luta
humana. Ele a dividiu em três principais categorias :
1º Peng Pu, método importante de bater ou tirar o
antagonista de seu balanço.
2º Lan T’seh, usado para restringir ou reduzir a força do
oponente.
3º Pa Tsou, a defesa "oito cotovelos".
Depois de sua preparação pessoal concentrada e fixa,
ele finalmente acreditou que estava preparado para
testar seu novo estilo de luta contra o mestre dos
monges. Armado com seus movimentos inspirados no
Louva-a-Deus, Wang extraordinariamente derrotou o
mestre dos monges com suas táticas de inseto selvagem
nunca antes usadas por um homem. Os monges,
respeitosamente, aceitaram a sua derrota mesmo com
surpresa e procuraram aprender o novo e estranho
sistema. A palavra de sua vitória se espalhou pelas
províncias. Wang Lang era o novo herói das artes
marciais. Ele logo foi rodeado por discípulos. O sonho
das artes marciais de Wang Lang foi finalmente
realizado. Sua escola de auto defesa do Louva-a-Deus se
tornou extremamente proeminente no Nordeste da
China, considerada por alguns como sendo a maior
durante seu tempo de vida. O venerável Wang morreu
anos mais tarde, feliz e famoso mestre de luta. De
qualquer forma, sua cuidadosa herança do estilo Louva-
a-Deus se dividiu na dinastia Ch’ing quando quatro
discípulos, cada um desejando inovações e procuraram
se desligar da escola fundadora. O Mestre Louva-a-Deus
disse então que, seus desejos poderiam ser satisfeitos
com uma condição, que cada discípulo nomeasse seu
sistema individualmente, de acordo com as marcas das
costas de um Louva-a-Deus capturado por cada um. Um
tinha a aparência do símbolo Yin-Yang ( Tai T’si ), outro
parecia com uma flor de ameixa ( Mei Hua ) e no outro,
um conjunto de marcas que tinham a aparência de sete
estrelas ( Tsi T’sing ) .
Houve um Louva-a-Deus que não tinha marca aparente.
Este estilo ficou conhecido como estilo despido ( estilo
sem marca - Kwong P’an ).
O estilo Louva-a-Deus Sete Estrelas é considerado por
muitos como o mais complexo dos estilos Louva-a-
Deus, O sistema engloba um conjunto de técnicas de
artes marciais chinesas, sistematizadas por Wang Lang
(Wong Long em cantonês), no século XVII, em
Shantung, China, por meio da contribuição de outros 17
docentes de variados sistemas. Neste sentido, pode-se
compreender o Louva-a-Deus Sete Estrelas como o
resultado do que havia de mais consistente no que se
refere a luta daquela época e, exatamente por esta razão
não se pode definir tal sistema com uma única
característica, mas, exatamente, aglutina estratégias e
técnicas diversas, com destaque para movimentos
rígidos e flexíveis. Sua composição dispõe de formas de
mãos livres, formas com armas, uma grande variedade
de técnicas de luta de mãos livres e com armas, além do
Qi Gong ou Chi Kung (Energia Interna). O sistema
Louva-a-Deus do Norte é o único que dispõe no seu
currículo das aplicações de cada movimento das rotinas
(Taolu/Kuen Tou), do início ao fim, o que se nomeia:
Ling. Em outros termos, todos os movimentos das
formas explicitam a luta contínua do início ao fim, o que
faz dele um dos mais procurados da atualidade, em todo
o mundo.
Estilo do Louva-a-Deus do Norte.
Louva-a-deus (螳螂拳; pinyin: tánglángquán) é o nome
dado a dois estilos distintos de artes marciais chinesas;
um deles é característico "do Sul" e o outro "do Norte"
da China.
O estilo louva-a-deus do norte foi criado por Wang Lang
na província de Shandong. Wang Lang se inspirou na
agressividade e eficácia do inseto ao combater uma
cigarra.
Algumas características do estilo louva-a-deus do norte
são: grande velocidade, ataques incessantes, e
movimentação complexa dos pés. O estilo também é
muito conhecido pelo uso da "garra do louva-a-deus"
(um gancho feito com os dedos da mão).
História do Estilo Louva-a-Deus:
A Invenção e Desenvolvimento do Louva-a-Deus do
Norte escola de Boxe Chinês.
Original escrito por: Grão-Mestre Wong Hon Fan.
Ao término da Dinastia de Ming (metade do século XVII)
viveu um nativo de Shantung, com o nome de Wong
Long. Ele era um homem muito patriótico e considerado
pelo governo Ming como um subvertido, ele sempre
estava pensando em dar o corpo e alma em defesa do
país. Porém, suas tentativas eram fúteis e seu
entusiasmo rejeitado. Abatitdo, ele se retirou da
Montanha Sung e praticou no Templo de Shaolin, na
esperança de que um dia isto lhe seria útil.
Depois da Dinastia Manchuria Ching assumir os
reinados de governo, Wong pensou que este era o
momento para oferecer seus serviços. Porém, achou que
não haveria nenhum lugar para ele no governo Ming que
se desmoronava, e nem no exército. Assim, voltou ao
Templo de Shaolin e planejou lutar com forças de
guerrilha contra os invasores. Infelizmente, o governo
de Ching descobriu os planos dele, mas por causa de
sua habilidade superior, em uma manobra astuta e com
a ajuda dos colegas, Wong escapou, acompanhado por
seu instrutor. Evitando ser pego novamente pelos
soldados, eles usaram a rota pelo "terras altas", por via
das Montanha de Ngo-Mei e Montanha de Kwan-Lun,
chegando eventualmente a Montanha de Lao, na
Província de Shantung.
No entanto, o Si-Fu de Wong morreu devido a sua
avançada idade e um de seus colegas o sucedeu. Com o
passar do tempo, Wong lutava amigavelmente com seu
superior, tanto as técnicas de mãos vazias, como as com
armas. O superior de Wong estava mais qualificado e
então Wong sempre era derrotado. Wong se sentia
envergonhado e prometeu que estabeleceria uma meta
para exceder a habilidade de seu superior em três anos.
Três anos passaram depressa. Bem preparado, ou assim
ele pensou, Wong lutou com seu superior e perdeu
novamente. Agora Wong se sentia tão envergonhado
que pensou em cometer suicídio. Um dia, o superior de
Wong decidiu passar algum tempo viajando e vagando
pelo o país, como estava partindo, solicitou a Wong que
praticasse diligentemente e que esperaria ver grandes
avanços em suas habilidades quando voltasse.
Um dia quente durante a ausência de seu superior,
Wong estava chateado em seu confinamento. Assim ele
levou sua espada e alguns livros e buscou refúgio do
calor nos bosques. Da mesma maneira que ele se esfriou
abaixo das árvores, começou a virar as páginas de um
livro, e ouviu alguns sons. Os sons pareciam
desesperados. Wong observou e achou no alto de uma
árvore, um louva-a-deus e uma cigarra em combate
mortal. Usando seus braços fortes e pinças como
garras, o louva-a-deus atacava agressivamente a cigarra.
A batalha terminou logo e a cigarra foi derrotada e
devorada.Tendo assistido à batalha, algo ocorreu a
Wong.
O louva-a-deus se movimentava artisticamente durante
sua matança. Esperava para seus avanços e se retirava
perfeitamente; usava golpes a longa distância e
esmagamento a curta distância corretamente; pegava e
lançava metodicamente. Wong pensou, "Isto não se
assemelha às habilidades de uma pessoa lutando”?
Assim, Wong capturou o mantídeo e o levou para o
templo. Ele procedeu provocando o inseto diariamente
com um pedaço de palha e então, cuidadosamente
observava as suas reações.
Sendo um homem analítico e inteligente (e perito em
vários estilos de artes marciais), Wong descobriu logo
que o mantídeo fizera uso de doze métodos principais
para ataque e defesa que são conhecido como os doze
princípios ou palavras-chave do estilo Louva-a-Deus. Os
primeiros três princípios são NGAU, LAU, e CHOI.
Individualmente, os significados respectivos deles são
gancho, aperto e agarramento. Mas, quando todos os
três são usados em combinação, os movimentos atuais
são um gancho, um aperto e então um golpe. O quarto
princípio é GWA que neste caso significa bloqueio
superior. O quinto e sexto princípios são DIL e JHIN que
pretendem interceptar e avançar. O sétimo e oitavo
princípios são DIEW e DAH, significando gancho e
golpe respectivamente. O nono e décimo princípios são
JEEN e NEEN. Os significados respectivos deles são
aderir e colar e refletem os princípios bem parecidos de
luta a curta distância. O décimo primeiro e décimo
segundo princípios são TIEP e KAO e significam aderir e
apoiar.
Wong pegou os melhores pontos de dezessete outras
escolas de boxe chinês daquele momento e os
combinou agora em um estilo conciso sem igual,
conhecido como o estilo do Louva-a-Deus.
Quando o superior de Wong voltou, três anos depois,
lutou novamente com Wong. Sem saber da grande
melhoria em sua habilidade, o superior foi jogado longe
alguns metros durante o combate amigável. Chocado,
ele perguntou para Wong a razão do seu grande avanço
marcial. Wong lhe falou tudo o que acontecera. Depois
disso, eles praticaram entre si freqüentemente, refinando
a arte para um nível superior. Desta forma, o Boxe do
Louva-a-Deus foi originado.
Alguns décadas depois, Wong e o superior morreram,
mas a arte do Louva-a-Deus não estava perdida.
Continuou sendo ensinada aos monges de Templo de
Shaolin e foi desenvolvida mais adiante com cada
geração. Porém, a arte ainda ficou limitada só às
pessoas de dentro do templo, até um monge taoísta
chamado de Sin Siu, que vagava ao longo da China,
que, ao entrar para o Templo, aprendera a arte ensinada
pelos monges.
Depois que Sin Siu deixou o templo, ele ensinou a arte a
Lei San Tien. Depois que Lei aprendera o sistema
inteiro, então estabeleceu um serviço de escolta na
China. Por uma certa taxa, guardaria e transportaria
valiosos bens para um destino fixo para seus clientes. O
serviço de Lei era notável por sua confiabilidade e
segurança ao longo do Norte da China. Lei ficou
conhecido pelos ladrões como “Mãos de Relâmpago”.
Ninguém pôde derrotá-lo.
Com o passar do tempo, Lei se preocupou se haveria
alguém para passar a arte que lhe tinha trazido fama e
prosperidade já que não teve nenhum filho. Assim, ele
foi a procura de alguém que tivesse tido um treinamento
básico suficiente em artes marcias para herdar a arte do
Louva-a-Deus. Ele não foi desapontado. Um dia,
enquanto estava viajando pela Montanha Fook, ele
ouviu falar de um homem chamado Wong Wei San que
era o campeão de boxe nacional naquele ano. Assim, Lei
visitou Wong e pediu para que executasse algumas de
suas técnicas premiadas. Depois de assistir Wong
executar, Lei zombou dele e disse que tais técnicas não
deveriam ter ganho o campeonato. Wong ficou
extremamente bravo e tentou atacar o Lei. Porém, Lei
parecia desaparecer no ar. Risos surgiram atrás de
Wong, que virou ao redor e tentava agarrar Lei, mas
novamente em vão. Ao contrário, ele foi segurado,
completamente impossibilitado de se movimentar.
Percebendo que ele não consegueria vencer a luta
contra o homem mais velho, ele pediu para que Lei se
tornasse seu professor. Nos anos que se seguiram, ele
aprendeu sem reservas tudo aquilo que o professor dele
sabia.
A família de Wong era rica, assim ele não teve com que
se preocupar sobre dinheiro. Nem quis exibir sua arte
que tinha aprendido a estranhos. Ele praticava com
fascinação. Pelos anos que se seguiram, no fim de sua
vida, Wong decidiu ensinar sua arte a Fan Yo Tong.
Fan era um homem enorme e pesava mais de trezentas
libras e foi conhecido pelas pessoas como "O Gigante
Fan". Ele também era excelente nas técnicas de Palma
de Ferro. Uma vez, enquanto Fan estava andando pelos
campos, ele se encontrou entre dois touros a lutar. Fan
os observava, foi quando os touros o confundiram
como um invasor e correram em sua direção para atacá-
lo. Quando o primeiro chegou, Fan pôs toda sua força
na perna direita e desferiu contra o touro um forte chute
na barriga. O touro caiu morto imediatamente. Fan tratou
o segundo touro severamente da mesma maneira. Ele
agarrou um de seus chifres com a mão esquerda e o
golpeou duramente com a parte de trás de sua mão
direita. O segundo touro também caiu morto. O
fazendeiro que era dono dos touros pediu compensação
pela perda dos animais, mas Fan recusou-se e
argumentou que ele só estava agindo em autodefesa.
Assim, o nome de Fan correu por toda parte da China.
Em meados de 1870, alguns russos pediram que Fan
competisse em um torneio de boxe na Sibéria. Se não
fosse pela ajuda de muitos amigos e colegas que o
proveram com os recursos financeiros necessários, ele
não poderia ter participado. Quando Fan chegou na
Sibéria, derrotou seu anfitrião como também os demais
desafiantes. Ele ganhou o campeonato e trouxe glória
para a China. Infelizmente, o feito não foi conhecido
amplamente devido aos precários métodos de
comunicação daquela época.
Em 1919, o comitê da Associação Atlética Jing-Mo de
Shangai foi surpreendida pela perfeição desta escola de
boxe chinês. Eles enviaram um representante a
Shantung pessoalmente atrás de Fan para que ele
ensinasse sua arte em Shanghai. Porém, Fan recusou
devido a sua avançada idade. Ao invés, ele enviou em
seu lugar dois de seus discípulos para representar. Eles
eram Wong Wai San e Lo Kuo Yo. Porém, Wong não
pôde se acostumar à vida da cidade e assim ele se
resignou e voltou à província nativa enquanto Lo
permaneceu em Shanghai. Lo (o qual era apelidado de
"Quarto Tio") começou aprendendo sobre a supervisão
de Fan com uma tenra idade. Ele era famoso por seu
Teet Sah Jeung (Técnicas de Palma de Ferro) e Lo Han
Gong (uma exercício de energia interna do Louva-a-
Deus).
Em 1929, em uma competição nacional de boxe chinês
que aconteceu em Nanjing. Um dos estudantes de alto
nível de Lo de nome Ma Shing Garm representou
Shanghai na competição. Ma ganhou o primeiro prêmio.
O nome dele, assim como também o de seu instrutor ,
apareceu nas manchetes de todos os jornais em
Shanghai.
Alguns anos depois, Lo foi enviado pela Associação
Atlética Central Jing-Mo para inspecionar filiais da
organização deles nas províncias meridionais, sendo
essas Hong Kong e Macao.
Lo ensinou em Hong Kong até a Segunda Guerra
Mundial começar. Com isso, decidiu voltar a sua nativa
província de Shantung. Um dos seus discípulos de
“portas-fechadas”, Wong Hon Fan, continuou a missão
de promover o Boxe Louva-a-Deus depois que ele
partisse. Wong Hon Fan treinou muitos estudantes em
Hong Kong, durante os quarenta anos de carreira
pedagógica. Ele interrompeu seus ensinamentos em
1972 e faleceu em dezembro de 1973. Ele era famoso e
reputado por ensinar o Boxe Louva-a-Deus em Hong
Kong.
Entre os discípulos de Wong, há aproximadamente vinte
que foram certificados para ensinar. Um destes
discípulos é Brendan Lai que está ensinando atualmente
em São Francisco, Califórnia. Grão Mestre Lai é um dos
precursores que promoveram as Artes Marciais
Chinesas nos EUA, nos anos 60. Ele patrocinou muitas
exibições de artes marciais e torneios e também foi
selecionado como um do Top Ten Instructors nos
Estados Unidos pela Revista Inside Kung Fu.
Da invenção do Boxe Louva-a-Deus até hoje, houve uma
história de três séculos e meio. Com refinamento
ininterrupto e melhoria da arte, tornando assim um dos
sistemas mais completos de boxe chinês que é
praticado atualmente.
Texto extraído da página Oficial: www.brendanlai.com.
Estilos:
Há vários sub-estilos de louva-a-deus:
Wah Lum Tam Tui 華林探腿北螳螂派
Flor de Ameixa Supremo 太極梅花螳螂拳
Supremo (Tàijí) 太極螳螂門
Flor de Ameixa 梅花螳螂拳
Seis Harmonias 六合螳螂拳
Oito Passos 八步螳螂拳
Tábua Brilhante 光板螳螂拳
Punho Longo 長拳螳螂拳
Throwing Hand 摔手螳螂拳
Portão Secreto 秘門螳螂拳
"Seeking Leg" 探腿螳螂拳
Sete estrelas 七星螳螂拳
Sete estrelas
O louva-a-deus sete estrelas é um estilo de kung fu,
desenvolvido a partir do estilo Louva-a-deus do norte.
Este estilo é bastante praticado na região da província
de Shandong na China. O estilo "sete estrelas" é
conhecido como o mais complexo dos estilos louva-a-
deus de kung fu.
O Estilo do Louva-a-Deus do Sul.
Para o estilo de combate setentrional chinês de
Para o estilo de combate setentrional chinês de
Shandong, ver Louva-a-deus do norte.
Apesar do seu nome, o estilo louva-a-deus do sul das
artes marciais chinesas não tem relação nenhuma com o estilo louva-a-deus do norte. O louva-a-deus do sul é em
vez disso um parente próximo de outros estilos Hakka
como o Kung Fu do Dragão e um parente distante da
família de estilos de Fujian que inclui o Grou Branco de Fujian, o Cinco Antepassados, e o Wing Chun.
O louva-a-deus do sul é um sistema de combate a curta
distância que privilegia técnicas de força curta e tem
aspectos quer suaves e internos quer duros e externos.
Como noutros estilos do sul da China, os braços são a
arma principal, com os pontapés normalmente limitados
abaixo dos quadris. Coloca-se grande ênfase no
fortalecimento e desenvolvimento dos braços.
Quando um braço estendido é forte, isso permite ao
praticante mover-se mais rapidamente uma vez que não
precisa de recolher o braço ou trazê-lo atrás para
conseguir mais força, como no boxe ou noutros
sistemas de combate.
Como o Wing Chun e o Xing yi quan outros estilos
criados como artes de puro combate o louva-a-deus do
sul não tem grande valor estético, ao contrário do seu
homónimo do norte e de outros estilos.
tradicional chinesa, em particular o conceito de
meridianos, que usa para dim mak e tui na.
RAMOS:
Os quatro ramos principais do louva-a-deus do sul são:
Chow Gar (周家; família Chow)
Chu Gar (朱家; família Chu)
Kwong Sai Jook Lum (江西竹林; Jiangxi Floresta de
Bambu)Boi de Ferro (鐵牛)
Pode-se adivinhar um antepassado comum não apenas
devido às suas semelhanças, mas também ao facto de
todos partilharem uma sequência técnica, Sarm Bo Jin.
No entanto, as genealogias destes ramos não são
suficientemente completas para estabelecer a ligação entre eles até um único antepassado comum.
Lau Shui 劉瑞/劉水:
Apenas o parentesco entre os ramos das famílias Chow
e Chu pode ser verificado, uma vez que o antepassado
comum mais recente de ambas, Lau Shui (劉瑞, 劉水﹞,
morreu em 1942, uma data relativamente recente.
Chow Gar 周家 :
sua arte até cerca de 1800 até Chow Ah-Nam (周亞南),
um Hakka que enquanto rapaz deixou a sua casa na
província de Cantão / Guangdong para tratamento médico
no Mosteiro de Shaolin do sul na província de Fujian
onde, para além de ser tratado ao seu problema do
estômago, foi treinado nas artes marciais e veio a criar o
louva-a-deus do sul.
Chu Gar 朱家 :
que criou o louva-a-deus do sul como um sistema de
combate para adversários da Dinastia Qing manchu (1644–1912) que derrubou a família real han Ming (1368–1644) da qual ele era um membro. De acordo com o ramo da família Chu, os líderes Qing destruíram o Mosteiro de Shaolin original de Henan por Chu se ter refugiado lá, obrigando Chu a fugir para o Mosteiro de Shaolin do Sul em Fujian.
Kwong Sai Jook Lum 江西竹林 :
ao templo de Jook Lum Gee no Monte Longhu (龍虎山)
em Kwong Sai, onde foi criado no início do séc. XIX por
um dos monges, Som Dot.
Em meados do séc. XIX, Som Dot trasmitiu a arte ao seu
condiscípulo monge Lee Siem, que viria a visitar Cantão, para o sul, e ensinar aí a arte a praticantes leigos.
Um dos alunos de Lee de Cantão, Chung Yu-Chang, viria a voltar com ele para Kwong Sai a fim de completer o seu treino em Jook Lum Gee.
Cerca de 1900, Chung abriu a sua primeira escola de
artes marciais e clínica de medicina tradicional chinesa
no condado de Bao'an na cidade de Píngshān (坪山), da
qual eram nativos Wong Yook-Kong e Lum Wing-Fay,
que viriam a ser os seus sucessores.
Wong viria a ser o responsável pela preservação do
Louva-a-Deus de Kwong Sai Jook Lum dentro da China
e Lum (também referido como "Lum Sang" 林生,
literalmente "Senhor Lum," forma respeitosa usada
pelos seus sucessores) responsável pela sua
disseminação no exterior.
Boi de Ferro 鐵牛 :
seu fundador, Boi de Ferro Choi (Choi Dit-Ngau; 蔡鐵牛),
que lutou na Revolta dos Boxeres (1900).
HAKKA KUEIN:
que contam as origens dos estilos de louva-a-deus do
sul, o que é indiscutível é a sua ligação ao povo Hakka
da região do interior oriental de Cantão.
A região que é constitui o berço do louva-a-deus do sul
começa no centro do território Hakka em Xingning, de
onde o fundador do Chow Gar, Chow Ah-Nam, veio. De
Xingning, o Dongjiang flui para ocidente vindo da de
Meizhou através de Heyuan, de onde o fundador do Boi
de Ferro Choi Dit-Ngau veio.
Na prefeitura de Huizhou, o Dongjiang forma a fronteira
eram originários o mestre Chung Yu-Chang do Kwong
Sai Jook Lum e o mestre Lau Shui do estilos Chow/Chu
Gar.
Daqui, o Dongjiang corre para o Delta do Rio das
Pérolas no condado de Bao'an (actualmente Shenzhen), de onde vieram os mestres Wong Yook-Gong e Lum Wing-Fay do Kwong Sai Jook Lum.
Todos estes mestre pertenciam ao povo chinês falante
de hakka, que manteve o louva-a-deus do sul apenas
para os seus, até à geração de Lau Shui e Lum Wing-
Fay.
De facto, a tradição do Kwong Sai Jook Lum diz que em
tempos foi conhecido por "Hakka Kuen" (literalmente
"punho hakka") pelo público em geral na zona do Delta
do Rio das Pérolas.
Quando Lum Wing-Fay começou a ensinar pela primeira
vez louva-a-deus do sul nos Estados Unidos, fê-lo numa
organização fraternal Hakka, a Hip Sing Tong.
Lum viria depois a aceitar estudantes que não eram
hakka, mas ainda tinham que ser chineses (parece ter
havido como excepção um taxista branco cuja bondade
incomum para com Lum lhe permitiu receber alguma
instrução básica de um dos discípulos de Lum).
Foi apenas a geração seguinte de mestres de Kwong Sai
Jook Lum que tornou a arte disponível para aprendizagem por um público não-chinês.
A aceitação por Lau Shui do não-Hakka Ip Shui como
um discípulo teve muito a ver com a bondade
demonstrada por Ip e sua esposa para com Lau quando
ele ficou doente numa altura em que a ocupação
japonesa de Hong Kong o tinha isolado de todos os
seus familiares.
Todos os outros quatro discípulos de Lau ,são:
Chu Kwong-Wha, Chu Yu-Hing, Lum Wha, e Wong
Hong-Kwong eram hakka.
A tradição do louva-a-deus do sul Chu Gar defende que os hakka descendem de gente leal à Dinastia Ming que
fugiu para o sul quando esta foi destronada pela Dinastia Qing.
No entanto, os estudos académicos sobre a história da
China apontam para que o termo "Hakka" referisse
originalmente, não os refugiados fugidos à perseguição
da Dinastia Qing, mas sim aquelas populações que
receberam incentivos dados pelas autoridades durante
essa dinastia para irem estabelecer-se em regiões
subpovoadas do sul da China.
Entre as artes marciais do sul da China, o ramo da
família Chu do louva-a-deus do sul está longe de ser o
único a invocar uma herança de resistência anti-Qing; o
facto de a maior parte dos sistemas dessa região o
fazerem é reflexo da grande quantidade de resistentes
anti-Qing nos meios das artes marciais chinesas meridionais.
Quer Cantão quer Fujian são províncias onde há zonas
preponderantemente hakka, ambas estão fortemente
associadas com as artes marciais chinesas do sul, e
ambas foram palco de forte e persistente oposição ao
governo Qing, como a Revolta de Taiping, liderada por
hacás e a Sociedade do Céu e da Terra, cujos
fundadores eram da prefeitura de Zhangzhou na
Província de Fujian, na sua fronteira com Cantão.
Sociedades como a Céu e Terra são dignas de nota pela
forma como os seus membros transcendiam as barreiras
tradicionais da sociedade chinesa como as que separam
habitualmente hacás de não-hacás.
De facto, uma precursora da Sociedade do Céu e da
Terra foi organizada por Ti Xi, um dos fundadores da
Céu e Terra, em Huizhou, parte da região considerada
"centro" do estilo louva-a-deus hakka. A Sociedade do
Céu e da Terra desenvolveu mitos de o
rigens em Shaolin como parte de um mais vasto
discurso anti-Qing.
Talvez os hakka que se opunham à Distastia Ming
tenham feito algo de semelhante, transformando a sua
migração para sul e a fuga para sul dos resistentes leais
aos Ming numa única narrativa.
LOUVA-A-DEUS:
As tradições dos ramos Chow Gar e Kwong Sai Jook
Esta inspiração é um motivo recorrente nas artes marciais chinesas que pode ser encontrado também nas lendas do louva-a - deus do Norte, de ambos os estilos de Grou Branco, do
Tai Chi Chuan, e do Wing Chun.
No entanto, as tradições do ramo da família Chu dizem
que o nome "louva-a-deus do sul" foi escolhido para
esconder das forças Qing as suas afiliações políticas
fingindo que este esotérico estilo praticado por
resistentes leais aos Ming era afinal uma variante
regional do popular e muito espalhado estilo Louva-a-
deus de Shandong.
Comparação de um desenho técnico de Louva-Deus (Mantis) e o de um homem postura da mão em gancho. |
Técnicas do estilo Mantis com David Chiang Wei. |
Técnicas do estilo Mantis com David Chiang Wei. |
Técnicas do estilo Mantis com David Chiang Wei. |
Técnicas do estilo Mantis com David Chiang Wei. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário